terça-feira, 19 de março de 2013

Novo edital da Polícia Civil será publicado após alterações de itens polêmicos


                                                                           
                                                             
                                                                                                                                          Acorda Cidada  

Um novo edital do concurso da Polícia Civil será publicado na terça-feira (19) no Diário Oficial, de acordo com a Secretaria deAdministração da Bahia (Saeb). O edital anterior foi suspenso pelogovernador Jaques Wagner, depois de denúncias da presença deitens que exigiam a realização de exames ginecológicos, o preventivofemininoou comprovação do "hímem íntegroda mulher.
 
Saeb informou que o novo edital traz modificações nos itens,considerados polêmicos, e ainda no cronograma do concursoPorconta disso, as inscrições serão reabertas e durarão por mais 12diasentre 20 e 31 de março. A prova objetiva será realizada no dia18 de abril.
 
Ao todosão 600 vagassendo 100 para delegados, 100 paraescrivão e 400 para investigador. A partir de terça-feira, o candidatopode conferir o edital pelo Diário Oficialpelo Portal do Servidor oupelo site da Cespe/UNBcentro que elabora as provas.
 
Polêmica
governador informoupor meio do Facebook, que tinhadeterminado a "imediata suspensão dos itens que possam causarconstrangimento ou discriminação às mulheres". A mensagem foipostada no dia 14 de marçoNa quarta-feira (13), a Ordem dosAdvogados do Brasilseção Bahia, divulgou nota de "repúdio" contra a situação.
 
Na página 22 do edital, o item 12.12.11 apresentava o texto: “Acandidata que possui hímen integro está dispensada de entregar osexames que constam no item 11.12.2.1, inciso VI, alínea “a”:colposcopiacitologia e microfloradesde que apresente atestadomédico que comprove a referida condição, com assinaturacarimboe CRM do médico que o emitiu”.
 
advogado, professor e diretor da Faculdade de Direito daUniversidade Federal da Bahia, Celso Castro, questionou o pedidodo exame ginecológico em concurso público. “O primeiroquestionamento que se  de fazer é se uma pessoa que tem umproblema ginecológico está inapta para o concurso”diz.
 
Para eleexames ginecológicos não têm “nada a ver” com oexercício da funçãoCelso Castro acredita que a exigência seenquadra como uma violação constitucional "muito grave" porqueinterfere na privacidade e na intimidade do candidato. “O que eles[Saeb ou PC] deveriam ter era uma junta médica que examinasse apessoa e revelasse se ela é apta ou não para a exercer a função.Não se pode exigir a descriminação das patologias específicas quealguém é portador, sob pena de quebrar a privacidade e intimidadeda pessoa", salienta.
 
Secretaria da Administração do Estado da Bahia (Saeb), responsável pelo editalinformoupor meio de nota,que os itens previstos no documento foram elaborados pela empresa organizadora do concursoque é o Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UNB). No documento, a Saeb informaque “a inclusão da questão é padrão e recorrente em concursos públicos similares em todo o país e não seconfigura uma cláusula restritivamas sim uma alternativa para as mulheres quepor venturaqueiram se recusarrealizar os exames citados no edital".
 
Seab apontou que a cláusula é incorporada em vários concursos no país para funções como analistaadministrativoespecialista em previdência e técnico administrativoda Superintendência Nacional de PrevidênciaComplementarlançado em dezembro de 2011; além de para o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, de setembro de 2011.
 
Posição da OAB
 A Ordem opinou sobre o documentoconsiderando-o de conteúdo abusivo e desarrazoado, de acordo com a nota, sob a justificativa de existir uma "grave violação ao inciso III do artigo 1º da Constituição Federal de 1988,que consagra o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, bem como ao art. 5º do citado Diploma Legal, quedispõe sobre o Princípio da Igualdade e o Direito a Intimidade, Vida PrivadaHonra e Imagem”informou.
 
Para a OAB-BA, a questão do "hímen íntegroé um dos pontos polêmicos do edital. Segundo a Ordemosexames ginecológicos não condizem com os cargos pleiteados“É inadmissível que um concurso ingresse naesfera íntima das mulheres candidatas exigindo exames ginecológicos específicos ou a apresentação deatestado médico na hipótese de declaração de integridade do hímenTodo o indivíduo tem o direito de ser o quequiser aliado aos sentimentos identitários próprios (autoestimaautoconfiança) e à sexualidade".   As informaçõessão do G1

Tradutor